A greve dos motoristas e cobradores de ônibus que atuam no transporte coletivo de Teresina completou um mês nesta segunda-feira (8). Os trabalhadores reivindicam pagamento de salário atrasado, ticket alimentação, plano de saúde e a assinatura da convenção coletiva de trabalho.
Procurada pelo G1, a Prefeitura de Teresina afirmou que ainda não tem uma previsão de quando o repasse será feito para as empresas.
Do outro lado, as empresas, de acordo com o Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Teresina (Setut), afirmam que não podem atender as demandas da categoria sem os repasses da prefeitura.
Além do repasse, o Setut afirmou que buscará mais recursos, através do sistema bancário, para poder efetuar o pagamento das folhas de janeiro e fevereiro.
O sindicato das empresas de ônibus espera que, ao colocar os salários dos trabalhadores em dia, a greve seja suspensa e a frota de ônibus volte a sua normalidade.
Sem acordo
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Motoristas e cobradores durante protesto na Avenida Frei Serafim, Centro de Teresina — Foto: Francisco Lima/TV Clube
De acordo com o secretário de previdência e assistência social do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Público (Sintetro), Francisco Souza, não há diálogo entre empresas e trabalhadores.
O sindicalista disse que a categoria só volta ao trabalho após a garantia do recebimento dos salários atrasados e assinatura da convenção coletiva de trabalho.
“Já são trinta dias de greve e nenhum acordo foi assinado até agora. Infelizmente não há diálogo. Se as empresas pagarem os salários atrasados e assinarem a convenção coletiva a gente volta ao trabalho”, afirmou Francisco.
Repasses da prefeitura
O Setut informou, em coletiva de imprensa na sexta-feira (5), que decidiu aceitar a proposta da prefeitura de parcelar o débito que ela tem com as empresas, em uma entrada e 20 parcelas.
O débito, referente a um subsídio pago pela prefeitura para manter o valor da tarifa estipulada pelo poder público municipal, soma cerca de R$ 20 milhões.
Conforme as empresas de ônibus, a prefeitura de Teresina teria deixado de pagar esse subsídio por dez meses. As empresas decidiram aceitar a seguinte proposta:
- Entrada de R$ 1,6 milhão;
- 20 parcelas de R$ 970 mil;
Convenção Coletiva
Um dos pontos de maior impasse entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato das empresas é a assinatura da convenção coletiva de trabalho, um acordo firmado entre empresas e trabalhadores, que estabelece direitos e deveres entre as partes.
O secretário de previdência e assistência social do Sintetro pontua a importância da convenção coletiva para os trabalhadores do transporte coletivo de Teresina.
“Sem a assinatura da convenção coletiva de trabalho, as empresas podem estabelecer as regras que bem entenderem e que sejam mais vantajosas para as empresas, desde a jornada de trabalho até mesmo o salário dos trabalhadores”, completou Francisco Souza.
*Naftaly Nascimento, estagiária sob a supervisão de Lucas Marreiros.
Fonte: G1 Piauí